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Postado em 20 de maio de 2021 por Rádio Tem - Paranaíta
Apesar de favorecer as vendas ao mercado externo, a decisão do governo argentino de suspender a exportação de carnes deve trazer desvantagem para o consumidor brasileiro. Com um fornecedor a menos, a tendência é que o preço da proteína se eleve no mercado internacional, o que deve refletir também em aumentos nos preços internos.
“A suspensão determinada pelo governo argentino reduzirá a oferta de proteínas animais no mercado global e, naturalmente, aumentará a demanda para países produtores, como EUA, Brasil e Austrália. Os preços internacionais deverão sofrer aumentos e, consequentemente, os produtores nacionais irão reduzir a oferta ao mercado brasileiro, o que fatalmente resultará em aumento de preços, que já estão muito altos, em patamares nunca vistos antes”, analisa o economista Vivaldo Lopes.
Na avaliação do economista, o bloqueio às exportações na Argentina pode ultrapassar os 30 dias anunciado pelo governo.
“A medida da Argentina é um ato exagerado, quase desesperado, para garantir a segurança alimentar do país. Não terá efeito no combate à inflação. Não creio que a suspensão seja retirada antes dos 30 dias, deve demorar mais para retirar. O governo está muito pressionado pela inflação galopante, aumento da pobreza e aceleração das mortes pela covid-19. Precisa dar algumas respostas de cunho mais populista”, ponderou.
O encarecimento da carne de boi no Brasil tem afastado os consumidores, especialmente, os mais pobres. Em 2020, esse efeito resultou em uma queda de 5% do consumo de carne bovina por pessoa no Brasil, de 30,7 kg para 29,3 kg por habitante. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este é o menor volume desde 1996, quando iniciou o levantamento.
A redução do ano passado só deu continuidade à restrição do alimento observada em 2019, quando o consumo recuou 9%, também devido ao aumento nos preços e à queda na renda média dos trabalhadores.
“As categorias de menor renda vão procurar proteínas alternativas, mais baratas. A primeira substituta é o ovo”, cita Vivaldo.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação da carne bovina ficou seis vezes acima da inflação do período. Entre os meses de março de 2020 e 2021, a inflação teve aumento de 5,2%, enquanto a carne bovina registrou alta de 29,51%.
Já o consumo de ovos no país cresce na proporção inversa. No ano passado, cada brasileiro consumiu uma média de 250 ovos, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A quantia representa uma alta de 8,5% comparado à 2019.
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