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OAB de Alta Floresta considera que houve exagero em prisão de advogado

Postado em 22 de junho de 2021 por

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A presidente da Sub Seção da OAB [Ordens dos Advogados do Brasil] em Alta Floresta, Dra. Lurdes Navarro, em entrevista à rádio Progresso no sábado ,19, considerou que, possivelmente, houve exagero por parte da Polícia na prisão do advogado Leonardo Marin.

A prisão do advogado ocorreu na quarta-feira, 16. Ele foi acusado por uma mulher, [R. M. S.C], que foi presa em Alta Floresta, suspeita de tráfico de drogas. Ela confessou ser ligada ao Comando Vermelho e afirmou à polícia que Leonardo seria advogado da facção. “A polícia Judiciária está de parabéns no trabalho de combate ao tráfico de drogas, mas com relação ao colega Leonardo, acho que possa ter havido exagero. Teria que haver uma investigação mais profunda antes de envolver o advogado como traficante e de ter integração criminosa”, observa. 

O advogado foi liberado na noite de sexta-feira, na audiência de Custódia. Segundo Lurdes Navarro, a OAB está acompanhando o caso. Conforme ela, a OAB tem uma sala na delegacia e o advogado ficou detido dentro da mesma. “Estamos dando um respaldo psicológico para ele, mas entendemos que houve exagero. Ele foi indicado como traficante e como integrante da ação criminosa. O juiz não recebeu o flagrante na parte do tráfico, só deixou ele como integrante da ação criminosa, mas que seu advogado de defesa irá provar que ele nada tem haver”, disse. 

Sobre a acusação que o advogado estaria recebendo pagamento mensal para defender organização criminosa, Lurdes argumenta que são elementos insignificantes para envolver alguém num crime tão grave, sem base para confirmar que a pessoa realmente tem ligação. “Isto gera um desgaste moral para o profissional muito grande com a sociedade. Teria que se ter mais cuidado e deixar a investigação correr mais, para se chegar no momento de concluir que a pessoa tem haver com o crime”, analisa. 

A defesa Leonardo está sendo feita pelo advogado Leandro Péricles. Ele observa que ainda não é momento de falar se há culpa ou não de seu cliente, porque as investigações estão apenas no início. Explica que o juiz entendeu na audiência de Custódia que há pequenos indícios que justiçariam investigação, mas não a prisão do advogado, que acabou sendo liberado. 

“O que sabemos é que ele foi atender uma ocorrência de prisão e chegando á foi dado voz de prisão a ele, sub acusação de estar trabalhando de forma mensal para a organização criminosa. Mas para a pessoa ser condenada tem que haver provas reais e não apenas suspeitas”, enfatiza o advogado de defesa.

“E neste primeiro momento não vejo que tenha estas provas ainda e trata-se apenas de uma suspeita”, completa. Conforme ele, com relação ao crime de tráfico, o juiz entendeu que não havia indícios suficientes e foi afastado a participação e autoria dele.

“O crime que está sendo imputado a ele é de integrar a associação criminosa, por estar advogando para várias pessoas, mas ele nega as acusações e diz que foi indicado por clientes, sem vínculo com a facção”, assegura Dr. Leandro. 

Demitido – O advogado Leonardo Marin, que era servidor contratado da secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Alta Floresta, num cargo administrativo, foi desligado da Pasta na sexta-feira.

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