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Ex-delegado que atuou em Alta Floresta é preso em MG com R$ 260 mil, suspeito de lavagem de dinheiro

Postado em 18 de março de 2021 por

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Ex-delegado que atuou em Alta Floresta é preso em MG com R$ 260 mil, suspeito de lavagem de dinheiro

Um advogado e ex-delegado de Polícia Civil, de 49 anos, que atuou em Alta Floresta-MT, foi preso ontem quarta-feira (17) em uma operação das polícias Militar e Civil, logo após solicitar uma corrida de transporte de aplicativo do aeroporto para o Centro de Caratinga, no Leste de Minas Gerais. Ele foi abordado, depois que denúncias informaram que ele estava com uma grande quantia de dinheiro para adquirir uma aeronave.

“Por não ser um fato comum, a Polícia Militar suspeitou de uma lavagem de dinheiro e de imediato fez contato com a Polícia Civil, repassando as informações para o planejamento de uma ação conjunta”, disse o tenente Alessandro Moraes.

No carro, os policiais encontraram R$ 260 mil dentro de uma caixa. Segundo a polícia, a quantia estava com Arnaldo Agostinho Sottani. O delegado regional de Caratinga, Ivan Sales, informou que o dinheiro, em notas de R$ 20 e R$ 50, estava enrolado em papel filme. Sales acredita que o dinheiro esteja ligado ao tráfico de drogas e que, portanto, seria ilícito.

“Essa forma de enrolar em papel filme é típico de quem tem dinheiro de origem ilícita, porque o dinheiro mofa. Então, se o dinheiro não ficar acondicionado para ele não ter umidade, esse dinheiro vai mofar. Então, se fosse um dinheiro de origem lítica, certamente, esse dinheiro estaria em uma agência bancária, o que não era o caso”, ressaltou o delegado.

Outro indício apontado é que o suspeito estava com notas de pequeno valor, o que, para o delegado, levanta a suspeita de que o dinheiro seja proveniente do tráfico de drogas e seria utilizado para comprar um avião. Sales disse que Arnaldo é ex-delegado da Polícia Civil mato-grossense e que foi expulso após cometer atos ilícitos.

Para saber a quantia do dinheiro, funcionários do Banco do Brasil ajudaram a Polícia Civil a fazer a contagem. O delegado regional afirmou que o advogado é inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais, e que também é piloto de avião. Nos últimos dias, Arnaldo foi a Caratinga pelo menos três vezes, acompanhado de dois pilotos em uma aeronave.

O delegado de Caratinga Ivan Sales explicou que, em 2016, Arnaldo foi preso transportando 150 kg de cocaína em um avião. Durante a prisão feita pela Polícia Federal, ele teria tentado atropelar os agentes com a aeronave, sendo ferido por um disparo de arma de fogo. O ex-delegado foi condenado e responde em liberdade.

Ainda conforme o delegado Ivan Sales, durante depoimento na delegacia, Arnaldo confessou que foi procurado por membro de organização criminosa logo após sair da cadeia, sendo contratado como advogado pelo valor de R$ 500 mil.

“Conforme ele foi preso em oportunidade anterior, ele iria adquirir uma outra aeronave para transportar drogas”, citou Ivan.

O último voo feito na manhã desta quarta-feira, entre Belo Horizonte e Caratinga, teria sido realizado por um piloto que está com a licença de voo suspensa. A situação também será informada à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

G1 tenta falar com a defesa do advogado e ex-delegado, mas até a publicação desta reportagem não houve contato.

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