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MP apura falta de medicamentos para tratar pessoas com Covid em hospital no Nortão e denúncia de caução

Postado em 14 de abril de 2021 por

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A promotoria de Justiça Cível de Alta Floresta encaminhou ofício a delegada regional de Polícia Civil, Ana Paula Reveles de Carvalho, requisitando instauração de inquérito policial para apurar denúncia consistentes em exigência de caução antecipada em caso de urgência para internação de Unidade de Terapia Intensiva e exercício ilegal da medicina, em um hospital particular que atende pacientes diagnosticados com Covid, regulados pelo Sistema Único de Saúde.   

O Ministério Público também instaurou inquérito cível para apurar as denúncias de falta de medicamentos e insumos (sedativos, oxigênio e respiradores), além disso, vai requisitar vistoria por equipe do escritório regional de saúde, da secretaria estadual de Saúde. As denúncias foram feitas por um médico que atendia na unidade.  

O médico denunciante foi ouvido, ontem, pelo promotor de justiça Luciano Martins da Silva e reafirmou as denúncias, na oitiva. “Quando eu fiz um requerimento com ventiladores, pedi para ser protocolado, não foi. Simplesmente amassaram e jogaram fora. Começa por aí. Tem medicações que às vezes não chegam, não sei o que acontece. Deixam para última hora. Na sexta-feira fui fazer medicação e a farmácia avisou que só poderia liberar quatro ampolas, para quem precisa de 8 ou 6. Comecei a ver que quem tinha dinheiro lá dentro ficava em leito melhor e quem não tinha, sofria as consequências. São coisas que não aguentei ver. Meu sogro e sogra quando foram internados, foram pagos R$ 4 mil por leito. Ele internou às 16h e foi receber medicação às 23h. É meio estranho um paciente com febre receber medicação às 11 da noite. No outro dia, não fizeram o remédio no tempo certo”, o relato é de vídeo gravado em reunião com o promotor.  

Em desabafo nas rede sociais, o médico escreveu que é “melhor vocês realmente terem os 60 leitos com respiradores que funcionem, com medicações que não acabam, com computadores e impressoras que funcionem para os profissionais fazerem suas evoluções, prescrever as medições que tem, porque quando não tem, a farmácia do hospital regula quantas ampolas somente podem ser usadas, porque está em falta né. Daí quando acaba resolve comprar, mas nós médicos que não somos donos né, se reclamar é demitido igual fizeram comigo, não existe humildade nem humanidade de alguns dentro desse hospital, aproveitando pandemia para lucrar, tirando os ventiladores de outras UTIs só para montar uma bonita para mostrar para a auditoria do SUS. Depois que vão embora, volta a bagunça toda”, escreveu.

O delegado de Polícia Civil Vinícius Nazário confirmou, ao Só Notícias, que registrou boletim de ocorrência com base nos prints das publicações e aguarda encaminhamento do Ministério Público para analisar se há necessidade de ouvir o médico e vai verificar as providencias necessárias. Haverá investigação preliminar para saber se há prática de crime.  

Outro lado
Só Notícias não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da unidade hospitalar. Já a secretaria estadual de Saúde informou que “cofinancia, junto à prefeitura de Alta Floresta, um total de 55 leitos para tratamento da Covid-19, sendo 25 leitos de UTI e 30 leitos de enfermaria. O contrato de cofinanciamento é realizado por meio da gestão municipal e do Escritório Regional de Saúde da região, mediante supervisão dos leitos disponíveis. A gestão municipal é responsável pelo contrato direto com o hospital que disponibiliza os leitos ao município”.

A prefeitura de Alta Floresta informou que o médico já “foi ouvido que e tomará as medidas cabíveis junto aos órgãos de fiscalização competentes e junto a governo do Estado”.

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